terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Afinal o que significa resolução?


Quando ela influencia a qualidade da imagem

Soa óbvio e banal, mas ainda encontro muitos fotógrafos profissionais e designers gráficos com dúvidas sobre o real significado da resolução da imagem. Apesar de ser importante até mesmo na escolha do tamanho de uma TV para nossa casa…
Fala-se em uma infinidade de expressões como “resolução”, “tamanho”, “megapixel”, “full-hd” ou “contraste” que muitas vezes, até quem vive em contato com esse aparato todo pode ficar confuso.
Resolução Imagem Afinal o que significa resolução?
fotografia desde sua origem histórica é constituída mantendo-se o mesmo princípio. Um aglomerado de pontos que variam em quantidade, cor e tonalidades.
Seja em um papel, plástico ou numa tela de leds, no caso das TVs atuais, cada imagem é formada por vários pontos. Chamados de “pixels” (abrev. px) nos equipamentos eletrônicos como computadores, câmeras digitais e smartphones. A quantidade de pixels determina os detalhes que podem ser mostrados na fotografia, são grandezas diretamente proporcionais.
relação da quantidade de pontos que formam uma imagem com o tamanho que esta imagem é exibida é chamada de Resolução. Daí a sigla utilizada no nosso sistema para definir resolução ser DPI – Dots per inch, que significa Pontos por polegada. Veja o exemplo a seguir:
Pixel A Afinal o que significa resolução?
Temos três imagens medindo 1 polegada x 1 polegada cada, com quantidade de pixels de 1, 2 e 3. Podemos dizer que elas têm a mesma dimensão e variam a resolução.
Agora veja este exemplo:
pixels 2 Afinal o que significa resolução?
Neste caso temos imagens com 1 px cada. Mostradas em tamanhos diferentes: 1, 2 e 3 polegadas. Dividindo-se a quantidade de pontos pela área que ocupam temos a resolução de cada uma. À medida que ampliamos a imagem, a resolução diminui.
A seguir uma fotografia com 600px de largura por 370px de altura
Fotografia com 600px de largura por 370px de altura Afinal o que significa resolução?

E a resolução?

Cada um de nós está visualizando esta imagem de forma diferente. Um monitor de 21” não pode ser comparado com um tablet. Considerando-se as impressões em grande formato como banners e uma impressão em A4 de uma impressora comum para uso doméstico, também vamos encontrar muita variação de tamanho, portanto, variação de resolução. No entanto, vou calcular a resolução aqui, no meu computador, com monitor de 17” e ajustes de vídeo para 1280 x 1024px.
1- Com uma régua, meço a largura e a altura da imagem no monitor.
Encontro os seguintes valores: 13,3cm – largura e 8,2cm – altura.
2- Agora uso a calculadora para converter as unidades de cm para polegadas, pois é a unidade padrão do nosso sistema de medidas.
Converter unidades Afinal o que significa resolução?
E as medidas ficam em 5,2 pol x 3,2 pol.
3- Agora vamos dividir a dimensão em pixels pela dimensão em polegadas:
600 / 5,2 = 115,38
370 / 3,2 = 115,62
Resolução: 115,5

Podemos simplificar e ver este valor no Photoshop na janela de Ajuste de Tamanho de Imagem:
Ajuste de Tamanho de Imagem Afinal o que significa resolução?
  1. Desmarque a caixa “Resample Image”
  2. Certifique-se que as caixas de unidades estão ajustadas para inches
  3. Digite nos campos Width ou Largura e Height ou Altura, os valores encontrados com a régua.
  4. Veja no campo Resolution a resolução encontrada.
Sabendo como a resolução é definida podemos concluir que não basta uma imagem grande, ela precisa conter a quantidade de pontos para se atingir a resolução desejada.
Não se pode afirmar a resolução de uma imagem até esta ser transferida para um meio físico, seja uma tela de LCD ou um papel fotográfico.
Seguem algumas resoluções mais comuns:
  • Impressão em gráfica: 300 dpi
  • Jornal: 150 dpi
  • Banner: 100 dpi
  • Lonas para fachadas e exteriores: 50 dpi
  • I-pad: 133 dpi
  • TV de 32” – Full-HD: 70 dpi
Faça os cálculos aí no seu monitor e veja como pode ser diferente!
Créditos: Julião Matos

D5200


Nikon D5200, a câmera de entrada poderosa

por 
Está cada dia mais tênue a linha que separa os equipamentos fotográficos DSLR profissionais dos que são desenvolvidos para o público em geral. Isso porque os fabricantes têm suprido esta última categoria com recursos que antes eram privilégio dos modelos topo de linha.
Um exemplo recente dessa tendência – que talvez seja reflexo da ameaça crescente dos modelos mirrorless – é a Nikon D5200, lançada no início do mês passado mas que enfeita as prateleiras das lojas (lá fora) apenas neste início de dezembro.
A D5200 atualiza o modelo anterior D5100, que possui onze pontos de foco e 16,2 megapixels de resolução. A nova versão salta para 24 megapixels e 39 pontos de foco. São praticamente idênticas no visual, porém, salvo por um par de microfones estéreo aplicado ao corpo da D5200, além de uma porta para adaptador wireless (WU-1a), compatível com iOS e Android.
O mais importante, porém, é que a novidade toma emprestadas algumas especificações da Nikon D7000, uma câmera mais poderosa. Os 39 pontos de foco é uma delas. O modelo também incorpora o processador Expeed 3, modo de disparo de cinco frames por segundo e faixa ISO de 100 a 6400. A tela LCD articulável, porém, é herança da 5100.
A D5200 grava vídeos 1080i a 60fps e possui também uma entrada para microfone externo. No conjunto, a nova câmera apresenta um avanço significativo em relação a sua antecessora, em vista de uma série de recursos novos de que dispõe. O preço, entretanto, não é o que se pode chamar de “acessível”: ficará na faixa dos R$ 2.600 (novamente, lá fora). Ainda assim, poderá representar uma boa aquisição para usuários de diferentes níveis que buscam por um equipamento com maior desempenho.

Voltando!

Olá pessoal!
Peço desculpas pelo longo tempo sem postagens!
Estive muito ocupado nos últimos meses mas, agora estou de volta.
Como diz o ditado: Vamos em frente que atrás vem gente.
   Abraços a todos.

sábado, 3 de março de 2012

O ISO e o Ganho nas câmeras digitais


No tempo do filme havia uma verdade inabalável, quanto maiores fossem os grãos de prata colocados no filme, maior seria sua sensibilidade à luz e menor seria sua qualidade de imagem, a recíproca era verdadeira, quanto menores os grãos, menor a sensibilidade à luz, mas maior a qualidade de imagem.
Isso é fácil de entender, um grão de prata pequeno é como um grafite fino para o desenhista, permite desenhar detalhes, já um grafite grosso ou o grão grosso da prata, não permite esse detalhamento. No entanto, é fácil perceber que um grão maior tem mais condições de reter luz do que um grão menor, daí o aumento da sensibilidade.
Como vocês podem ver a coisa era simples, grão grande, imagem granulada e facilidade com situações de pouca luz, eram os filmes de ISO 800, 1600 e 3200. Grão fino, imagem detalhada e sem grãos, mas pouca sensibilidade, eram os filmes de ISO 50, 100, 200.
Haviam truques de laboratório que permitiam usar um filme de ISO 400 e revelar de forma que ele funcionasse mais ou menos como um filme ISO 800 ou mais, era a puxada de filme. Hoje em dia pouca gente sequer sabe o que era isso, mas acreditem, existiu e era fácil de fazer. Uma concentração maior de um químico, ou deixar o químico agindo mais tempo sobre o filme já resolviam esse tipo de situação.
Nesse tempo, uma câmera fotográfica, uma filmadora como uma Super8, uma câmera de cinema Super35mm, todas trabalhavam da mesma forma, com filmes, e esses filmes tinham ISO (naquela época chamavam de ASA mas os valores eram os mesmos)
Hoje você pode apertar um botão, entrar em um menu e mudar lá a regulagem do ISO de 100 para 6400 de uma foto para outra sem problemas, com o filme você tinha que tirar um filme e colocar outro, agora não, aperta um botão.
Mas como é possível alterar a sensibilidade à luz se os pixels dentro da câmera são os mesmos? Se eles permanecem do mesmo tamanho, ficam no mesmo lugar e não recebem nenhum tratamento químico diferenciado, como é possível?
Na verdade o ISO de uma digital é fixo, e nem deveria chamar ISO. Ela tem uma determinada capacidade de absorver luz, que é convertida em um sinal elétrico, que é convertido em sinal digital, e teremos um arquivo com a imagem no final da linha, mas não estamos falando de ISO, de grãos de prata nem nada disso. Esse processo todo é feito de forma que o resultado final se assemelhe em luminosidade ao que existia em filme, daí a analogia com o ISO.
O uso do termo ISO para chamar a sensibilidade de câmeras fotográficas foi um erro dos fabricantes de câmeras. Isso foi feito para facilitar a vida de fotógrafos visto que eles estavam acostumados com filmes, mas é um erro.
No mundo do vídeo, lá nos anos 80, quando popularizaram as fitas VHS e Betamax, as câmeras de vídeo não tinham ISO, o vídeo virou digital, abandonou a película, as fitas são mídias digitais e naquela época entenderam que não havia paralelo entre filme e digital, em um meio digital o que havia era o sinal elétrico e o ganho.
As câmeras de vídeo, para aumentar a sensibilidade, tem um comando chamado ganho. O ganho é aplicado em decibel (dB), no caso +6dB equivale a aumentar 1 ponto no ISO, +12dB são 2 pontos e assim por diante. Existem valores intermediários, assim +3dB equivale a aumentar meio ponto de exposição.
Isso faz sentido pois o ganho é aplicado da mesma forma que o aumento do volume num equipamento de som: um amplificador de sinal. E o que foi colocado nas câmeras de vídeo é isso, um amplificador de sinal, daí pararam de usar o termo ISO e começaram a usar ganho.
Vernaglia Mongagua 7155w 619x300 O ISO e o Ganho nas câmeras digitais
Aí vem a fotografia digital, anos depois e deveria ter feito o mesmo, usar o termo ganho, em dB, pois o aumento do ISO nas digitais é um aumento de sinal elétrico feito por um amplificador, a sensibilidade da câmera digital é fixa, só trabalhamos o sinal o amplificando, dando ganho ao sinal, mas os fabricantes decidiram que iriam continuar chamando de ISO e disso tudo nasce uma grande confusão.
Hoje acontece com alguma frequência que cinegrafistas comprem câmeras fotográficas que tem capacidade de gravar vídeos, e não entendam direito o que é ISO, visto que em filmadoras esse termo sumiu há anos. Também acontece de fotógrafos se interessarem por vídeo e ao adquirirem filmadoras ficam sem entender o que é o ganho.
É possível colocar uma câmera ao lado da outra, com uma determinada iluminação, e ir regulando tudo até as imagens baterem em termos de luminosidade, aí, estando com mesmas aberturas de diafragma (ou íris como é chamado no mundo do vídeo), mesmo tempo de obturador, poderá ser descoberto qual o ISO equivalente de uma câmera de vídeo quando comparada a uma câmera fotográfica e assim saber que +6dB irá dobrar essa sensibilidade, e assim por diante.
Outro ponto a mencionar é o ruído de imagem. Tendo clareza de que os pixels são de tamanho fixo dentro da câmera sabemos que o ISO ou a sensibilidade é fixa, o aumento de ISO ou de ganho, se dá por meios eletro-eletrônicos, e a qualidade desse processo determinará muito sobre a qualidade da imagem.
Um melhor processo eletro-eletrônico, além de melhores softwares internos para controlar todo o processamento e gravação dos arquivos determina mais a qualidade da imagem e menos ruído.
Hoje o processamento e a qualidade do trato dado ao sinal elétrico é mais importante do que o tamanho dos pixels e isso é provado por câmeras que tem cada vez mais megapixels, mas também tem menos ruído de imagem que suas gerações anteriores. Uma câmera atual na faixa dos 20 megapixels tem em ISO400 o ruído que uma câmera de 6 megapixels tinha em ISO100 há poucos anos, mesmo tendo pixels bem menores e em maior quantidade.
É por isso tudo que eu disse que era fácil no tempo do filme, hoje não temos como saber nada sobre toda essa engenharia aplicada sobre um sinal elétrico, como é esse processamento e o que a câmera faz dentro de si antes de gravar nossos arquivos.
No mundo da fotografia digital, nada é exatamente o que se imagina, nem o ISO.
Armando Vernaglia Jr