domingo, 19 de dezembro de 2010

10 dicas para cuidar bem de seu cartão de memória

por Gilson Lorenti

Cartão de memória é um assunto espinhoso. Poucas pessoas sabem escolher e poucos conhecem todas as suas particularidades. A maioria pensa que são todos iguais e que só precisa colocar dentro da câmera e pronto, é só sair e fazer suas fotos. Porém, existe uma série de pequenos cuidados que podem levar o seu cartão a ter uma vida útil mais longa e não deixar você na mão quando você mais precisa. Mas, temos que dar um crédito aos fabricantes. Faz muito tempo que não ouço história de cartão de memória que deu pau, ou que foi impossível recuperar uma imagem, mas todo cuidado é pouco. Por isso que se torna interessante o texto de Jeff Cable que foi publicado no Photography Blog. O fotógrafo, que é patrocinado pela Lexar Media, descreveu 10 dicas para você cuidar bem de seu cartão de memória. Aqui vão elas com comentários de minha parte.

01 – Formate o cartão na câmera – essa eu já conhecia e sempre passei para meus alunos. É muito melhor formatar o cartão na câmera do que pelo computador. Isso facilita o alinhamento do cartão com a câmera.

02 – Preste atenção na quantidade de fotos que cabem em seu cartão – Pode parecer uma dica boba, mas imagens podem ser corrompidas quando você tenta fotografar com um cartão de memória cheio. Isso se torna mais importante quando estamos usando cartões de baixa capacidade em uma câmera de grande resolução.

03 – Use softwares de Recuperação – se formatar um cartão acidentalmente ou apagar uma imagem, a possibilidade de recuperação do trabalho perdido é muito grande. Após a formatação do cartão, retire ele da câmera e use um software de recuperação de imagens. Claro que o Jeff Cable indica o software da Lexar, o Lexar Image Rescue, mas existem outras opções para isso.

04 – Organize seus cartões – no caso de fotógrafos profissionais que se utilizam de vários cartões de memória em um trabalho, o ideal é que se tenha um sistema para diferenciar os cartões cheios dos vazios. Isso vai de encontro ao indicado no ítem 02, para não correr o risco de danificar alguma imagem.

05 – Utilize um leitor de cartão – boa idéia essa que só recentemente comecei a aceitar. Sempre achava mais prático ligar a câmera ao computador, mas quando comprei um leitor de cartão a minha vida mudou. É mais prático e mais rápido. Sem falar que você não gasta bateria da câmera para transferir as fotos e se a bateria acaba no meio da transferência existe o perigo de corromper os arquivos. Só lembrando que leitores xing-ling possuem uma baixa taxa de transferência.

06 – Não apague fotos na câmera – prefira cartões de alta capacidade e deixe para apagar fotos no computador. Isso economiza tempo durante a sessão fotográfica.

07 – Não retire o cartão da câmera muito cedo – é importante não tirar o cartão da câmera enquanto a luz vermelha de leitura estiver acesa. Espere todos os processos de gravação e leitura estarem terminados.

08 – Não entre em pânico - se o seu cartão de memória se molhar, não entre em desespero. As memórias flash são de estado sólido e sem partes móveis. Certifique-se que a memória está bem seca antes de colocar em qualquer aparelho eletrônico (eu já joguei roupa na máquina de lavar com pendrivee cartão de memória no bolso e ambos estão funcionando muito bem).

09 – Backup primeiro – se as fotos são importantes para você, ou um trabalho profissional, certifique-se de apagar as imagens do cartão apenas depois de fazer múltiplos backups. Seguro morreu de velho. Já disse algumas vezes por aqui que tenho verdadeira neurose com esse tema.

10 – Marque seus cartões – tenham sempre seu nome e telefone marcados em seus cartões. Isso facilita a devolução em caso de perda (acho que esse conselho não vai ser muito útil no Brasil).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Qual é a função do fotômetro?

O fotômetro (metering mode, em inglês) serve para nos auxiliar a medir a quantidade e a intensidade da luz que será capturada através da lente. Sua escala de medição varia entre -2EV e +2EV, sendo que 0EV representa a exposição ideal.

Existem modelos de fotômetros externos ou embutidos na própria câmera, bem como modelos manuais (imagem abaixo).


A maioria das câmeras compactas permite o ajuste manual desse valor; entretanto, outros valores (como ISO e velocidade do obturador, por exemplo) também podem alterá-lo.


> MODOS DE MEDIÇÃO

Medição média: é o ajuste automático padrão de todas as câmeras compactas. Leva-se em consideração a quantidade de luz disponível em toda a cena, e é de acordo com esse valor que será feita a calibração do obturador e do diafragma. Recomenda-se esse modo de medição para cenas bem iluminadas e com baixo contraste.

Medição centralizada média: um pouco mais precisa do que a anterior, prioriza a luz presente na área central. Essa medição é indicada para situações em que a iluminação do objeto central da cena é um pouco diferente da iluminação do fundo. Ideal para retratos.

Medição central ou Spot: para cenas em que a diferença entre a iluminação do objeto central e a do fundo são muito diferentes (como shows ou peças teatrais onde o palco é iluminado por holofotes, por exemplo). A fotometria é medida pela parte central do visor da câmera , descartando-se as informações do resto do cenário. O importante nesse modo é mirar o ponto central (spot) no objeto a ser medido, que não necessariamente precisa estar no centro do enquadramento (dei essa dica nesse artigo).


> FOTÔMETRO MANUAL

O site Câmara Obscura disponibilizou uma versão para impressão do um mini-guia que desvenda os mistérios do fotômetro manual. Aqui.


> COMPENSAÇÃO DE EXPOSIÇÃO

Todas as câmeras fotográficas possuem esse recurso. Como o próprio nome sugere, ele serve para compensar exposições incorretas, que podem ser causadas por inúmeros fatores. Mas ele não serve exclusivamente para corrigir: você também pode fazer uso desse recurso para criar diferentes climas em suas fotos.

Através da regulagem desse valor, é possível programar sua câmera para que ela absorva uma maior ou menor quantidade de luz e evitar que a imagem fique super ou sub-exposta. Grosso modo, pode-se dizer que


de -0.3EV até -2EV = a câmera absorverá menos luz


de +0.3EV até +2EV = a câmera absorverá mais luz

Ao compensar a exposição, você estará informando à câmera que a medição de luz em determinada cena não é adequada e que ela deverá, portanto, capturar uma maior ou menor quantidade de luz.
Só não esqueça de reajustar o valor EV para 0 (zero) ao final da sessão ;

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Como simular tons HDR

O tratamento de imagens com a técnica HDR, cada vez mais, ganha mais espaço em álbuns e books. Antes mais restrita a publicidade, as cores e volumes do HDR, definitivamente, conquistaram novos horizontes. Hoje, fotógrafos de casamento e adeptos de ensaios em externa, seja de noivos ou modelos descobriam no HDR uma alternativa para diversificar a linguagem de suas imagens. Mas para criar um HDR há um requisito importante e complexo para profissionais que trabalham com fotografia de gente. Os elementos em cena não podem estar em movimento durante a captura das três fotos necessárias para criar o HDR. Como assim? É isso mesmo. Para você fazer uma imagem HDR, você precisa capturar três fotos: uma subexposta, uma superexposta e outra normal. Para fazer isso, usamos a função AEB (disparo seqüencial com compensação). Nela podemos, por exemplo, fazer uma foto com -2, 0 e +2 pontos de compensação. Ou seja, teremos uma foto escura, uma clara e uma normal. E isso acabou se transformando num problema para a criação de imagens HDR. Como na fotografia de gente, os personagens estão em movimento, automaticamente, a aplicação do HDR ficava mais restrita. Ficava. Na nova versão do Photoshop CS5, por exemplo, podemos simular as cores e volumes HDR a partir de uma única imagem JPEG, por exemplo, através do comando Tonalização HDR / HDR Toning, que está dentro do menu Imagem > Ajustes / Image > Adjustments. Neste post, vamos mostrar como simular um HDR através do Adobe Camera RAW – plug-in embutido no Photoshop. Lembrando que essa técnica pode ser também aplicada no Lightroom fazendo os ajustes nos mesmos comandos. Vamos lá!

Abra o gerenciador de arquivos da Adobe, o Bridge e vá na pasta com as imagens. Selecione a imagem JPEG ou RAW que pretende criar o HDR (fig. 1).

A seguir, vá no menu Arquivo / File e selecione o comando Abrir no Camera Raw / Open in Camera Raw (fig. 2). Se preferir, use o atalho Ctrl R.

Aguarde alguns segundos até aparecer a área de trabalho do ACR. Veja que no lado direito há um painel com vários comandos de ajuste, entre eles o Recuperação / Recovery. Aumente o valor para 100. Um pouco abaixo, temos o comando Luz de Preenchimento / Fill Light. Novamente, defina o valor em 100 (fig. 3). Dessa forma, suavizamos as sombras e preenchemos os realces da imagem. O objetivo desses dois ajustes é recuperar detalhes nas sombras e nas altas luzes. O efeito é parecido com o Alta Freqüência / High Pass do Photoshop. Ficamos com a sensação que a imagem está mais nítida e com mais dimensões.


A próxima etapa é realçar as cores e volumes. Bem na parte inferior do painel de ajustes básicos do Adobe Camera Raw há o controle Claridade / Clarity. Geralmente, usamos ele para suavizar pele, mas neste exemplo, vamos recorrer a ele para aumentar os volumes da imagem. Arraste o controle para a direita até a foto apresentar bastante profundidade (fig. 4).

Finalmente, precisamos ampliar a intensidade das cores – característica marcante de imagens HDR. Primeiro, ajuste o comando Vibratilidade / Vibrance e depois o Saturação / Saturação. Aumente os controles até que as cores fiquem bem impactantes (fig. 5).

Pronto, a imagem está com o tratamento no estilo HDR. Depois aumentamos apenas um pouco o contraste e inserimos uma leve vinheta nas bordas da imagem. Compare a imagem antes e depois do tratamento.

Ficou impressionado? E isso é só uma amostra de todo o potencial de um tratamento HDR. Com apenas uma imagem conseguimos um resultado bem interessante, imagine se puder fazer um HDR legítimo com três ou mais fotos? E aqui vai uma dica. Faça suas imagens em RAW e depois via Adobe Camera Raw ou o Lightroom crie uma imagem subexposta e outra superexposta para produizr uma imagem HDR ainda mais consistente.